9 de outubro de 2025 – 16:09
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Ascom MIS – Texto
Divulgação – Foto
Com participantes de diversas regiões do Brasil, o encontro destaca experiências que cruzam ciência, mito, redes e ancestralidade
O II Seminário de Arte e Tecnologia: Novos Horizontes reúne artistas, pessoas pesquisadoras e curadoras para discutir as relações entre arte, tecnologia e política a partir de perspectivas plurais. O evento será realizado na sala imersiva do Museu da Imagem e do Som do Ceará nos dias 29 e 30 de outubro de 2025. As inscrições estão abertas. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
O evento propõe reflexão sobre as práticas artísticas que tensionam narrativas hegemônicas e reimaginam futuros possíveis. Com participantes de diversas regiões do Brasil, o encontro destaca experiências que cruzam ciência, mito, redes e ancestralidade. A programação realizada em Fortaleza inclui mesas de debate, mediações locais e vozes que articulam arte, resistência e inovação.
O diretor do MIS CE, Silas de Paula, ressalta a relevância da realização do seminário para aprofundar o debate sobre arte e tecnologia e sobre o papel do Museu da Imagem e do Som do Ceará. A ampliação e reabertura do Museu, a criação da sala imersiva e os editais lançados pelo MIS, desde 2022, ampliaram e diversificaram o cenário artístico cearense, explica o diretor. “Tudo isso fomenta a produção audiovisual para esse espaço de arte e tecnologia. Mais que espaço expositivo, o MIS é um laboratório de aura contemporânea: não a aura do objeto único, mas da memória e da experiência compartilhada, do encontro coletivo diante da obra que envolve, atravessa e exige o corpo inteiro. Se o algoritmo comprime a arte em métricas, o MIS a expande em memória, em duração e em comunidade”, destaca Silas de Paula.
A proposta do seminário, que conta com quatro mesas temáticas, é abordar temas como corpo e código, cartografias digitais, inteligência artificial, vigilância e narrativas contra-hegemônicas. “As discussões serão conduzidas a partir de perspectivas críticas, sensíveis e plurais, destacando práticas artísticas que entrelaçam ciência, ancestralidade, mito e resistência. Com uma programação diversa e potente, o seminário propõe reafirmar a arte como ferramenta fundamental para a reinvenção do presente e a imaginação de futuros possíveis”, explica a gerente de Educação e Formação do MIS CE, Kennya Mendes.
Acervo e sala imersiva
O MIS é um museu polifônico que busca pensar por meio das imagens e dos sons e estabelecer conexões promovendo experiências compartilhadas. O museu conta com equipamentos de última geração para atuar na conservação, digitalização, restauro digital e exposição de acervos imagéticos, sonoros e audiovisuais que estão entre os mais avançados da América do Sul.
A sala imersiva do MIS conta com oito projetores de 10.000 lúmens e dois projetores de 20.000 lúmens. O resultado é uma resolução de mais de 11.000 pixels. O equipamento é conectado a uma central de controle que manipula imagens 360º, ou seja, elas atingem todo o local: as quatro paredes e o piso. O sistema também possui áudio de alta definição para imersão completa e criação de um ambiente totalmente interativo.
É nesse ambiente que o MIS promove o II Seminário Arte e Tecnologia: Novos Horizontes como uma oportunidade para artistas, estudantes, pesquisadores e interessados em arte e tecnologia expandirem seus conhecimentos, trocarem experiências e se conectarem com profissionais do setor.
Editais
O Museu da Imagem e do Som do Ceará conta com editais que têm ampliado as possibilidades de criação e realização de obras que exploram o diálogo entre arte e tecnologia. Um dos mais recentes foi a 1ª edição do Ateliê Conexão Criativa, uma iniciativa inédita voltada a artistas que atuam na interseção entre arte e tecnologia. O projeto selecionou seis bolsistas para uma formação intensiva de 90 horas/aula, promovendo experimentação, pesquisa e criação de obras autorais com uso de tecnologias emergentes como inteligência artificial, robótica e mídias interativas.
Em 2025, o Edital Ocupa MIS Multilinguagem chegou à quarta edição, promovendo iniciativas colaborativas, inclusivas, integradas e inovadoras. Assim, o MIS CE se firma como um museu-laboratório, buscando expandir as fronteiras dos meios e dos formatos tradicionais. O edital tem como proposta conceitual a exploração da relação entre memória, contemporaneidade, arte e tecnologia.
A cada edição são selecionados e financiados 10 projetos de produção de conteúdo artístico, de diversas linguagens, que usem tecnologias digitais, tanto no aspecto visual quanto sonoro. Isto inclui expressões artísticas diversas que poderão transitar livremente pela fotografia expandida, vídeo expandido, instalações sonoras, realidade aumentada, vídeo mapping e arte generativa. Os projetos realizados são posteriormente exibidos no museu em uma mostra.
Outro edital lançado pelo MIS-CE que contou com a segunda edição em 2024 foi o Ateliê de Criação Tecnologias Transvestigêneres, que selecionou pessoas artistas trans, travestis e não-binárias que experimentaram nas linguagens audiovisual, fotografia expandida, artes visuais, cinema expandido, performance, realidade virtual, instalação sonora, realidade aumentada, vídeo mapping, projeção interativa, jogos virtuais, arte generativa, arte fractal e outras áreas correlacionadas.
Serviço
II Seminário de Arte e Tecnologia: Novos Horizontes
Data: 29 e 30 de outubro
Inscrições a partir de 6 de outubro
Local: Sala Imersiva MIS CE
Avenida Barão de Studart, 410
Transmissão pelo canal do MIS CE no Youtube
Programação
Mesas de debate, mediações locais e vozes que articulam arte, resistência e inovação
Dia 29/10/2025 (Quarta-feira)
09h – 09h30 | Credenciamento e Abertura Oficial
10h às 12h | Mesa 1: Corpo-Código – Gênero, Sensibilidade e Resistência
Discussão sobre o corpo como interface política e poética nas práticas tecnológicas.
Participantes:
Aspásia Mariana (CE): Artista interdisciplinar e pesquisadora. Atua na interseção entre dança, performance e arte digital, com foco no corpo e na tecnologia.
Roberta Carvalho (PA) : Artista visual e curadora. Desenvolve projetos voltados à natureza, tecnologia e à comunidade, especialmente na Amazônia.
Bianca Turner (SP): Artista e doutoranda em Arte Contemporânea na Universidade de Coimbra. Atua com vídeo projeção, performance, vídeo mapping e colabora com grupos de teatro e música.
Mediação: Paula Trojany (CE)
Artista visual e designer. Desenvolve projetos interativos sobre memória, identidade e afeto, com uso de RA e modelagem 3D.
14h às 16h | Mesa 2: Cartografias Digitais e Narrativas Hackeadas
Como mapear e recontar territórios invisibilizados por meio de práticas artísticas que operam com redes, algoritmos, plataformas e códigos? A mesa propõe discutir estratégias de reterritorialização simbólica e política a partir de práticas experimentais que subvertem lógicas hegemônicas de representação, utilizando tecnologias digitais como ferramentas de escuta, memória, ficção e resistência.
Participantes:
Bella Comsom (SP): Artista transdisciplinar do som e pesquisadora. Explora o som, a luz e as ondas eletromagnéticas como meios de acessar memórias e dimensões espirituais da escuta. Seu trabalho cruza tecnologia, natureza e decolonialidade, em formatos como instalações, performances e radioarte. Atualmente é mestranda na Kunsthochschule für Medien Köln (Alemanha).
Lia Krucken (BA): Artista interdisciplinar, curadora e pesquisadora cuja prática artística e acadêmica investiga territórios invisibilizados por meio de abordagens poético-políticas, tecnológicas e comunitárias. Sua atuação com cartografias afetivas, deslocamentos e narrativas afro-diaspóricas dialoga diretamente com o eixo curatorial da mesa.
Mediação: Pedra Silva (CE)
Macumbeira, artista, arte-educadora e pesquisadora das encruzilhadas. Atua em territórios artísticos expandidos, onde o corpo é arquivo-vivo e espiral transmidiática de mitopoéticas contra-coloniais e tecnologias de cura afropindorâmicas.
Dia 30/10/2025 (Quinta-feira)
10h às 12h | Mesa 3: Poéticas Tecnosensíveis – Corpo, Imagem e Futuro
A mesa discute práticas que se posicionam no entre-lugar da ciência e do mito, do dado e da imagem, do corpo e da rede, como formas de especular futuros possíveis e plurais. Também será abordado o uso da Inteligência Artificial como tecnologia poética e política nas artes contemporâneas.
Participantes:
Zaika dos Santos (MG): Cientista de dados, multiartista, curadora e especialista em IA, atua com Afrofuturismo, criptoarte, Web3 e ficções especulativas. É CEO da Afrofuturismo Arte e STEM e coordena o Black Speculative Arts Movement Brasil.
Larissa Macêdo (SP): É artista, curadora e pesquisadora. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, investiga práticas artísticas e curatoriais nas redes e tecnologias contra-hegemônicas.
Mediação: Clarissa Ribeiro (CE)
Artista, arquiteta e pesquisadora. Trabalha com bioarte, IA e tecnologias emergentes em contextos poéticos, políticos e científicos.
14h às 16h | Mesa 4: Política do Digital – Memória, Controle e Resistência
Como artistas e pesquisadoras têm enfrentado e ressignificado as lógicas de vigilância, exclusão e controle presentes nas tecnologias digitais. A mesa discute como práticas artísticas podem tensionar narrativas dominantes e construir alternativas mais justas, afetivas e diversas no campo do digital.
Participantes:
Giselle Beiguelman (SP): Artista e pesquisadora. Sua obra critica sistemas de controle digital e investiga memória, política e cultura de dados.
Joana Varon (RJ): Tecnopolítica, pesquisadora e artista ativista. Fundadora da Coding Rights, atua nas interseções entre tecnologia, direitos humanos, gênero e justiça digital.
Mediação: Silas de Paula (CE)
Diretor do Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque (MIS-CE), doutor pela Universidade de Loughborough (1996) e professor aposentado do ICA/UFC, onde atuou no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, com foco em Fotografia e Audiovisual. Coordenou o grupo de pesquisa em Cultura Visual.