“Amigo secreto”: mensagens trocadas entre pacientes internados no HGF promovem momentos de acolhimento







2 de maio de 2025 – 11:34
#atendimento #HGF #Humanização #Rede Sesa


Filipe Dutra – Ascom HGF – texto

Eva Sullivan – fotos


Trabalho desenvolvido por residentes reforça o afeto e a humanização no HGF

A internação hospitalar é um momento de uma espera que pede paciência, mas, também, pode ser de conexão. Pacientes da Hematologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), participaram de uma espécie de “amigo secreto” em que os verdadeiros presentes foram o fortalecimento de vínculos e o apoio mútuo. O processo funcionou como a tradicional brincadeira: os pacientes tiveram seus nomes anotados em pequenos papeis, que foram misturados e sorteados. Em vez de objetos físicos, o presente foi um recado manuscrito carregado de afeto e esperança.

“O intuito da ação é de conectar esses pacientes, tendo em vista que eles ficam restritos no leito e não conseguem sair da enfermaria. Eles estão escrevendo mensagens de apoio, mensagens que ofertam suporte, mensagens de esperança”, relatou Karla Arielly Barroso Dias, psicóloga residente em Cancerologia pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e uma das participantes do projeto, junto de um time multidisciplinar que envolve psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas.

Marcos Feitosa, preceptor da residência e assistente social do serviço de Hematologia, descreveu o processo de elaboração desta e de outras ações. “Os projetos são construídos através das vivências dos residentes nas enfermarias. Após conhecerem o serviço, eles são instigados a pensar em ações que possam trazer benefícios à rotina de internação, sempre pautadas na Política Nacional de Humanização (PNH). Para diminuir os impactos dos longos períodos de internação, essas ações permitem que pacientes, familiares e profissionais interajam semanalmente, tornando o ambiente hospitalar mais acolhedor”, explicou.

Uma das treze pacientes que participaram da ação foi Raimunda Letice Rodrigues dos Santos, a “irmã Letice”, de Santa Quitéria. Religiosa, ela acreditou que compartilhar sua jornada com as colegas de enfermaria foi uma maneira de lidar ela mesma com sua situação. “Aqui eu não me sinto uma pessoa doente: sinto que estou passando por um processo. Tenho sentido alegria. E, quando sair daqui, em nome de Jesus, vou buscar ajudar [outras pessoas]”, relatou.

“Irmã Letice” encheu sua carta de elogios e agradecimentos

Ela reproduziu com orgulho a mensagem que enviou à sua amiga secreta: “Obrigado pela vida, pela saúde, pelas pessoas que caminham com você, e pela oportunidade que surge a cada dia. Obrigado pelas lições, pelo teu cuidado e por nunca me deixar sozinha”.

A vivência realizada pelos residentes deixou marcas. “Foi emocionante poder vivenciar esse momento de fortalecimento e interação entre os pacientes, e ver que eles construíram mensagens de apoio mesmo sem se conhecerem, gerando conexões entre eles. Para além do adoecimento, conseguimos promover o resgate da subjetividade deles”, comemorou Karla.

Ações reforçam valores dos hospitais da Rede Sesa