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Tecnologia do Hemoce de recuperação de sangue atendeu mais de 11 mil cirurgias de alta complexidade no Ceará em dez anos







25 de abril de 2025 – 16:11
#Ceará #cirurgias de alta complexidade #Hemoce #recuperação de sangue


Emmanuel Denizard – Ascom Hemoce – Texto

Divulgação/Hemoce – Fotos


Em 2021, o Hemoce realizou pela primeira vez o serviço de recuperação intraoperatória de sangue no Cariri

Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), ultrapassou a marca de 11.200 procedimentos realizados com a máquina de recuperação intraoperatória de sangue na última década. A técnica realiza, por meio de uma máquina automática de autotransfusão (Rios), o reaproveitamento de sangue do próprio paciente em cirurgias de alta complexidade. O serviço disponibilizado pelo hemocentro cearense conta com 12 máquinas disponíveis e 43 profissionais treinados para acompanhar o procedimento em todo o Estado.

A Rios também é conhecida como “cell saver” ou autotransfusão, é uma máquina que realiza a recuperação do sangue perdido em procedimentos cirúrgicos de grande porte, possibilitando a reinfusão no próprio paciente durante a cirurgia. É utilizada principalmente em transplantes de órgãos sólidos, cirurgias cardíacas, vasculares e ortopédicas, além de pacientes com tipos sanguíneos raros ou necessidade especiais.

Claudianne Maia, coordenadora do Serviço de Recuperação Intraoperatória de Sangue do Hemoce, explica como o serviço de Rios atua. “Durante a cirurgia, o sangue é aspirado para um reservatório onde acontece a filtragem de impurezas. Logo após, o sangue é processado para haver a separação e lavagem das hemácias, em seguida o sangue é direcionado para uma bolsa de transfusão onde deve ser reinfundido ao próprio paciente em até 4h. A máquina é utilizada em cirurgias em que ocorre grande perda de sangue, diminuindo a necessidade de transfusões e, consequentemente, reduzindo o risco transfusional para o paciente.”, completa.

Além de fornecer o serviço sem custo aos hospitais, o Hemoce disponibiliza profissionais capacitados para operar a máquina. O procedimento deve ser solicitado pela equipe médica ao Hemoce. Atualmente, o Hemoce conta com equipamentos nas unidades de Fortaleza, Sobral e Crato, atendendo os hospitais de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart (HM), Geral de Fortaleza (HGF), Infantil Albert Saibin (Hias); do Coração de Sobral (Filantrópico); o Instituto Dr. José Frota (IJF), da rede municipal; o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da rede federal; o Hospital do Coração do Cariri, entre outros.

Expansão do serviço

Desde os anos 2000, o Hemocentro de Fortaleza conta com o serviço de recuperação intraoperatória de sangue; em 2018, foi a vez de a unidade de Sobral receber e, em 2021, expandiu para o Crato. O Hemoce atende todo o Ceará com equipes volantes, sendo necessário solicitar com 48h de antecedência para organização da logística de material e equipe. De 2015 a 2024, foram 11.236 procedimentos realizados, 75% deles foram em cirurgias cardíacas.

“O serviço cresce a cada ano, os números podem mostrar, e isso reflete bem a conscientização das equipes médicas em relação ao uso do método. Somente nos três primeiros meses deste ano, 373 foram realizados”, destaca a coordenadora.

Transfusões em cirurgias

Durante os procedimentos cirúrgicos, as transfusões de sangue são importantes para a reposição do sangue perdido, evitando choque ou morte por hemorragia, além de manter a pressão e oxigenação adequada, garantindo que haja uma boa evolução no pós-operatório. As transfusões ajudam também a corrigir alterações na coagulação, caso o paciente apresente sangramento relacionado a distúrbios ou perda significativa de células e proteínas da coagulação.

“Não necessariamente, em toda cirurgia será preciso realizar uma transfusão, mas é importante garantir que ela possa ser realizada em caso de necessidade. A utilização de métodos que reduzam a necessidade de transfusão é muito importante para melhorar a segurança dos pacientes e viabilizar o tratamento em pessoas que não podem ser transfundidas. A Rios aparece, então, como uma estratégia que reduz riscos e torna a cirurgia viável, em algumas situações.” reforça Luciana Carlos, diretora-geral do Hemoce.




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