Ícone do site Ubajara Notícias

AJAs indígenas ganham protagonismo no Ceará







16 de abril de 2025 – 17:10
#AJAs #Ceará #indígenas #meia ambiente #Sema


Texto e fotos: Ascom Sema


Em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) destaca a atuação de jovens indígenas no Programa Agente Jovem Ambiental (AJA),  admitidos por meio do  Edital Sema 01/2024,  resultado da parceria com a Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará. O AJA é uma iniciativa do Governo do Ceará que alia protagonismo juvenil à proteção do meio ambiente.

De acordo com a titular da Sema, Vilma Freire, o AJA  surgiu como uma ponte entre a juventude, cultura e educação com as questões ambientais. “Com foco na inclusão social e ambiental, o programa estimula jovens a desenvolverem competências ligadas à sustentabilidade, geração de renda e à melhoria da qualidade de vida em suas comunidades”, destacou Vilma.

“Atualmente, 287 jovens autodeclarados indígenas participam do AJA em diferentes regiões do estado, como a Serra da Ibiapaba, Sertão de Crateús, Vale do Curu, Serra de Baturité, Cariri, Região Metropolitana de Fortaleza e Sertão de Canindé”, completa Vilma.

O Programa AJA foi criado em 2020 com o intuito de estimular a participação de jovens de 15 a 29 anos em projetos sustentáveis, através da inclusão social e ambiental, mas foi em 2024, que lançaram, pela primeira vez, um edital com vagas exclusivas para povos indígenas.  Esses jovens atuam em seus territórios por meio dos Planos de Ação Comunitária (PACs), projetos elaborados por eles próprios com base nas necessidades e potencialidades locais.

No município de Tamboril, por exemplo, jovens da etnia Tabajara desenvolvem o projeto “Ambiente limpo e bem conservado”, promovendo educação ambiental nas escolas e comunidades. Já no Crato, o “Horta da Terra Viva”, idealizado por jovens do povo Kariri, incentiva uma alimentação saudável por meio de hortas sustentáveis que reduzem impactos ambientais e melhoram a nutrição nas aldeias.

O jovem Francisco Gabriel Rodrigues Barbosa, de 18 anos, é indígena do Povo Potiguara e atua em Crateús. Ele desenvolve o Plano de Ação Comunitário:  Guardiões do meio ambiente. Ele avalia positivamente sua experiência no Programa e conta que o AJA abre portas para sensibilizar pessoas e perceber mudanças. “Às vezes, a pessoa tem uma atitude que não é ecologicamente correta por falta de desinformação, aí entra o papel do AJA que  é mostrar novas formas de cuidar do meio ambiente”,relata.

Jamily Evelly, de 17 anos, também pertence à etnia Potiguara e desenvolve seu PAC nas Escolas,  Kariri Tabajara e Raízes Indígenas, em Crateús. Para a jovem, os PACs têm trazido resultados concretos e já é possível observar um grande desenvolvimento nas ações ambientais, como projetos de coleta seletiva, hortas sustentáveis e atividades de educação ambiental. “Estamos nos fortalecendo como jovens indígenas conscientes, que lutam pelo nosso território e pelo futuro do planeta”, destacou.

Em Monsenhor Tabosa, a etnia Potiguara dá vida ao projeto “Educando para um futuro sustentável”, que foca na preservação e conservação dos recursos naturais e na promoção de um desenvolvimento sustentável local. Em Canindé, jovens do povo Kanindé executam um plano voltado à conservação da biodiversidade local.

O Articulador  da Célula de Educação Ambiental da Sema, Sérgio Mota, lembrou que a atuação dos AJAs indígenas, mostra na prática, o que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já reconhece, que os povos indígenas têm muito a ensinar ao mundo sobre práticas sustentáveis.”O  conhecimento tradicional e o vínculo com a natureza são fundamentais para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas e a insegurança alimentar”, disse.

Saiba mais

O Dia dos Povos Indígenas, instituído pela Lei Federal nº 14.402 de 2022 — proposta por Joenia Wapichana, a primeira deputada federal indígena do Brasil — substitui a antiga nomenclatura “Dia do Índio”, trazendo uma perspectiva mais respeitosa e representativa. A data celebra a diversidade cultural dos povos originários e reforça a importância de políticas públicas voltadas à proteção de seus direitos e saberes ancestrais.




Sair da versão mobile