Núcleo do Meio Ambiente de SP transforma resíduos em adubos de alto valor agregado





Além de isolar microrganismos que atuam na transformação de resíduos orgânicos, setor produziu mais de 60 toneladas de insumos desde janeiro



O desafio de lidar com os resíduos gerados nas grandes cidades está sendo enfrentado de várias formas. Uma das mais criativas é a desenvolvida pelo Núcleo de Produção de Composto Orgânico, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), que desempenha papel fundamental nas pesquisas que visam à transformação de resíduos orgânicos em adubo de alto valor agregado e em novos produtos aplicados à biotecnologia. Em operação desde 2004, só este ano, já produziu mais de 60 toneladas de insumos. O volume de adubo gerado para pesquisa é utilizado em áreas ajardinadas do Zoológico e em uma fazenda em Araçoiaba da Serra.

O Núcleo recebe aproximadamente 62 metros cúbicos de resíduos (restos de alimentação e de animais, bem como materiais de poda, entre outros) provenientes do Zoológico de São Paulo, e produz 20m³/mês (nove toneladas) de composto orgânico de alta qualidade. Os procedimentos adotados visam estabelecer padrões e executar o processamento do material coletado nas células de tratamento, começando pela alternância de camadas de fragmentos de madeira, ricas em carbono, com camadas de resíduos úmidos (tais como restos de alimentos, carcaças etc), ricas em nitrogênio.

Em paralelo, pesquisas são realizadas pelo Núcleo, que acompanham o processo no isolamento de microrganismos importantes para o desenvolvimento de produtos direcionados à tecnologia aplicados à biotecnologia, agregando novas cepas à Coleção Microbiológica e Genética de Biomas Brasileiros. O núcleo trabalha, atualmente,  de forma autônoma e em parceria em projetos de pesquisa para a descoberta de novos componentes antibióticos aplicados à indústria farmacêutica e para o uso como probióticos na indústria alimentícia.

“Somos uma fonte de recurso para pesquisa com grande potencial científico, tecnológico e comercial. Ao longo da última década, a unidade se tornou fonte inesgotável de recursos biológicos, consolidando-se como peça-chave para a biotecnologia e estabelecendo uma ponte entre o processamento de resíduos, gestão do meio ambiente e a pesquisa científica avançada”, afirma Carolina de Macedo, diretora técnica do Núcleo. “A abordagem está pavimentando o caminho para um futuro mais verde e cientificamente rico”, completa.

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