Precisamos falar sobre suicídio.
Por Monique Gomes, jornalista freelancer certificada em marketing de conteúdo
Em menos de 15 dias, pelo menos três pessoas cometeram suicídio na
cidade de Tianguá e um em Ubajara, municípios da Serra da Ibiapaba, Ceará. Os fatos
aconteceram agora, em plena véspera de Natal.
O tema é bastante desconfortável e cada caso é muito particular. No
entanto, já passou da hora de falarmos sobre isso, não acha?
Neste artigo, você vai conhecer o suicídio em números. Também vamos
tentar entender o motivo pelo qual uma pessoa se mata, que doenças estão
relacionadas a esse problema e o que nós podemos fazer.
O suicídio em números
Para você ter uma ideia, segundo a Organização Mundial de Saúde, o
mundo contabiliza um suicídio a cada 40 segundos. No Brasil, alguém tira
a própria vida em intervalos de 45 minutos.
Se você acha que esses números são assustadores, espere para conhecer a
nossa realidade aqui no Ceará: em 2014 foram registrados 488 casos; no
ano seguinte, 533.
Estamos em terceiro lugar no ranking com a maior taxa de suicídio do país
— essa estatística está aumentando a cada ano. Será que a maioria dessas
mortes poderia ter sido evitada se entendêssemos melhor os fatores de
Afinal, o que faz alguém se matar?
Atire a primeira pedra quem nunca pensou em morrer diante de uma dor
terrível ou profundo desespero. Mas o que faz com que uma pessoa chegue
ao extremo de se matar? Especialistas afirmam que esse problema
acontece com público de várias faixas etárias e em todas as classes sociais.
O adolescente, por exemplo, não tem a mesma resiliência que um adulto
diante das adversidades. Para ele, a dor beira o insuportável. O sofrimento
é mais intenso e a vida se torna um fardo (faça um esforço e tente se
lembrar do momento dramático que foi o fim do seu primeiro namoro).
Muitas vezes é difícil imaginar o que levou um amigo, membro da família
ou uma pessoa pública a cometer tamanha violência contra si mesmo. Nem
sempre há sinais de alerta e você pode se perguntar se deixou alguma pista
escapar.
Algumas doenças estão intimamente ligadas ao problema, mas não é regra
geral. Os principais transtornos associados ao suicídio são: depressão,
transtorno bipolar, esquizofrenia, dependência química, transtorno de
personalidade — principalmente bordeline.
Fatos como a desestruturação familiar e a ineficiência da rede de saúde
para tratar essas doenças agravam ainda mais a situação.
Em grande parte dos casos, a pessoa não quer morrer exatamente. Logo,
ela não sabe como pedir ajuda e deseja demonstrar ao mundo o quanto está
sofrendo. Quem faz uma tentativa fracassada corre risco maior de repetir e as próximas vezes têm muito mais chances de serem letais.
O que podemos fazer para evitar o suicídio de alguém?
A primeira coisa é falar sobre isso. Ninguém em estado suicida ou com
problemas de saúde mental deve se sentir calado ou envergonhado. O
mesmo vale para quem está preocupado com um amigo ou parente.
Portanto, não tenha medo de abordar o assunto. Não ache que, ao
conversar, vai acabar “colocando a ideia na cabeça da pessoa”. Existem
muitos sinais de alerta para você identificar um potencial suicida:
diálogos
depressivos, isolamento, pensamentos de ódio, perda de interesse pela
vida, uso abusivo de álcool ou outra droga etc.
Ao conhecermos esses sinais, podemos ter mais consciência, fazer
perguntas e agir rapidamente quando alguém precisar e, se for possível,
encaminhar a um psicólogo. Como ele ou ela conseguiu superar essas dor
anteriormente? Esteja pronto para falar pela perspectiva positiva de quem
quer viver. Cuidar mais uns dos outros é o mínimo que podemos fazer. Felizmente,
nessa batalha do “bem contra o mal” existem anjos como os voluntários do
Centro de Valorização da Vida. Eles realizam apoio emocional e
prevenção ao suicídio gratuitamente em diversos canais como chat on-line,